A inteligência artificial (IA) tem se mostrado uma ferramenta revolucionária na medicina diagnóstica, proporcionando diagnósticos mais completos e personalizados. Isso auxilia os médicos na escolha do tratamento mais adequado para cada paciente. Segundo Alvaro Pulchinelli, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), a capacidade de armazenamento e processamento de dados da IA a torna um recurso essencial na medicina diagnóstica.
Avanços na Genômica
A IA tem avançado rapidamente, especialmente na criação de algoritmos diagnósticos e na avaliação de dados genômicos. Na área da genômica, houve um salto exponencial na identificação de genes específicos responsáveis por doenças e alvos terapêuticos. A IA auxilia na interpretação dos resultados de exames genômicos, ajudando a identificar genes que causam mutações e polimorfismos, além de permitir a análise conjunta de diversos outros exames, possibilitando um prognóstico preciso.
Impacto da Pandemia
Durante a pandemia de Covid-19, a medicina laboratorial fortaleceu ainda mais o trabalho conjunto com outras especialidades, proporcionando respostas rápidas para os desafios. A IA, embora ainda restrita a grandes laboratórios com departamentos de inovação, pesquisa e desenvolvimento, deve se popularizar com a expansão das plataformas de acesso.
Lab 4.0 e Automação
O uso de IA nos laboratórios faz parte do conceito de Lab 4.0, que integra a quarta revolução tecnológica. Essa tecnologia pode prever doenças com base no histórico do paciente e melhorar os padrões de qualidade dos laboratórios. A digitalização e automação promovidas por iniciativas como o Lab 4.0 permitem monitoramento contínuo e preditivo, melhorando a gestão da qualidade.
Precisão nos Resultados
A IA proporciona maior precisão nos resultados diagnósticos. Segundo André Doi, médico patologista clínico e diretor científico da SBPC/ML, a IA é excelente na identificação de padrões, tornando-se extremamente precisa no diagnóstico de exames de imagem, análise microscópica de peças cirúrgicas e identificação de padrões em resultados laboratoriais.
Uso de Chatbots
Na medicina diagnóstica, o uso de chatbots com algoritmos aprimorados e integração de informações clínicas, epidemiológicas e laboratoriais pode agilizar as conclusões médicas. No entanto, a tecnologia não substitui o julgamento de um profissional da saúde, que envolve um raciocínio clínico integrado, empático e sensorial.
Desafios e Limitações
Apesar dos avanços, a IA na medicina enfrenta desafios, como a necessidade de manter a humanização no atendimento. A tecnologia, embora precisa, pode levar a um raciocínio superficial que não substitui a empatia e o julgamento clínico humano.