Evolução das técnicas de rinoplastia começou com procedimentos invasivos e hoje incorpora recursos tecnológicos avançados. Segundo Milton Seigi Hayashi, médico cirurgião plástico, compreender essa trajetória é essencial para avaliar as opções de tratamento e garantir resultados mais naturais e seguros desde o planejamento até a recuperação.
Quer saber mais sobre o assunto? Acompanhe a leitura a seguir!
Panorama histórico da rinoplastia
A história das técnicas de rinoplastia remonta ao século XIX, quando as intervenções nasais eram marcadas por incisões amplas e remoção considerável de cartilagens e ossos. Inicialmente, a prioridade era corrigir traumas ou deformidades graves, mas pouco se sabia sobre a preservação da função respiratória. De acordo com Milton Seigi Hayashi, esse período lançou as bases para o desenvolvimento de abordagens menos agressivas, ao mesmo tempo em que destacava a importância da anatomia nasal como fator determinante para o sucesso cirúrgico.
Com o avanço dos estudos anatômicos e a difusão de técnicas microcirúrgicas, cirurgiões começaram a explorar métodos que minimizavam cicatrizes e respeitavam a estrutura do septo. Esse movimento foi determinante para a transição da rinoplastia funcional para a estética, sem negligenciar a respiração e o suporte estrutural do nariz.
Técnica aberta: visibilidade e precisão
A rinoplastia aberta consolidou‐se como padrão para casos complexos a partir da década de 1970. Através de uma incisão na columela, o cirurgião tem acesso direto às estruturas internas, favorecendo esculpir cartilagens e reposicionar ossos com máxima precisão. Essa abordagem é indicada em situações que demandam correção de desvio de septo, deformidades secundárias de rinoplastias anteriores e remodelação extensiva da ponta nasal.
Apesar da vantagem em visibilidade, a técnica aberta pode gerar maior edema nos primeiros dias e requer cuidado especial na sutura para evitar cicatrizes perceptíveis. Entretanto, para pacientes com complexidade elevada ou que necessitam de enxertos de cartilagem, essa modalidade continua sendo insubstituível.
Rinoplastia fechada: menos invasão, recuperação mais rápida
Surge então a rinoplastia fechada, que utiliza incisões exclusivamente internas, eliminando cortes na columela. Assim como aponta Milton Seigi Hayashi, essa técnica favorece menor tempo cirúrgico, reduz o edema no pós‐operatório imediato e praticamente anula o risco de cicatriz externa.
Por outro lado, a rinoplastia fechada exige proficiência elevada do cirurgião, pois a visibilidade é limitada. É mais adequada para ajustes estéticos moderados, como refinamento de dorso, leves correções de ponta e pequenas alterações de projeção. Pacientes que buscam retoques cosméticos e não apresentam alterações estruturais profundas costumam obter excelentes resultados com menor desconforto.
Transição para procedimentos conservadores
Entre a rinoplastia fechada e a aberta, houve um período de técnicas híbridas que combinavam incisões reduzidas na columela com abordagens internas. Essas variações buscaram equilibrar visibilidade e invasividade, permitindo ao cirurgião plástico trabalhar de modo segmentado nas zonas onde o acesso era crítico, ao mesmo tempo em que preservavam ao máximo a integridade da pele nasal.

A adoção de endoscópios e instrumentos de grau cirúrgico possibilitou a visualização ampliada da anatomia interna sem depender unicamente da incisão aberta. Com isso, procedimentos antes restritos ao método aberto passaram a ser viabilizados de forma menos invasiva, otimizando o conforto do paciente.
Inovações em rinoplastia ultrassônica
A rinoplastia ultrassônica representa o ápice tecnológico na cirurgia nasal. Equipamentos como o Piezo Ultrasonic Surgical System utilizam vibrações de alta frequência para realizar osteotomias precisas, preservando tecidos moles e reduzindo traumas. Essa técnica diminui significativamente hematomas, dores e equimoses, acelerando o retorno às atividades diárias.
Além disso, a ultrassonografia permite cortes milimétricos em áreas de difícil acesso, promovendo simetria excepcional do dorso nasal. A maior previsibilidade dos resultados e a menor taxa de complicações tornaram a rinoplastia ultrassônica uma alternativa cada vez mais popular entre cirurgiões avançados.
Benefícios clínicos da ultrassonografia
- Menor sangramento: a energia ultrassônica atua apenas no osso, poupando vasos sanguíneos.
- Edema controlado: dor e inchaço reduzem-se em até 50% nos primeiros sete dias.
- Precisão milimétrica: ideal para pacientes que exigem contornos suaves e alinhamento perfeito.
- Recuperação otimizada: muitos voltam ao trabalho em uma semana, com acompanhamento remoto.
Critérios de escolha da técnica
A decisão pela técnica de rinoplastia deve considerar:
- Anatomia nasal individual: espessura da pele, formato da cartilagem, curvas dorsais;
- Expectativa estética do paciente: grau de modificação desejado;
- Histórico de cirurgias anteriores: necessidade de abordagens secundárias;
- Perfil de recuperação: disponibilidade para repouso e suporte familiar;
- Recursos tecnológicos disponíveis: acesso a sistemas ultrassônicos e instrumentação endoscópica.
A combinação de avaliação detalhada e tecnologia adequada garante resultados naturais, com harmonia facial e satisfação a longo prazo.
Futuro das técnicas de rinoplastia
O desenvolvimento de biomateriais reabsorvíveis, modelagem 3D com realidade aumentada e planos cirúrgicos personalizados por inteligência artificial são tendências que prometem redefinir a rinoplastia. A integração de impressão de cartilagem em laboratório e células‐tronco poderá viabilizar cirurgias regenerativas, diminuindo riscos e ampliando possibilidades estéticas e funcionais.
Em síntese, a evolução das técnicas de rinoplastia — do método tradicional aberto às inovações ultrassônicas — reflete a busca contínua por mais segurança, precisão e naturalidade. A escolha consciente da abordagem cirúrgica é o pilar de um procedimento bem‐sucedido, que valoriza tanto a forma quanto a função do nariz, respeitando a individualidade de cada paciente.
Autor: Yevgeny Mikhailovich