O Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) aplicou uma censura pública à médica Carolina Fernandes Biscaia por anunciar especialidades médicas que não possui. A decisão, divulgada na última segunda-feira (18), refere-se a um processo anterior com detalhes não revelados pelo órgão. Nas redes sociais, Carolina se apresentou como dermatologista, embora não tenha essa especialidade registrada.
A censura pública é uma medida que visa tornar pública a infração ética cometida pelo profissional. De acordo com o CRM, Carolina não possui especialidades registradas em seus números de registro profissional no Paraná e em São Paulo. Além disso, a médica está sob investigação por suspeita de emitir laudos falsos de câncer de pele e recomendar cirurgias solicitadas, com custos variando entre R3 mil e R3 milhões R13 mil.
O CRM-PR instaurou um processo sindicante para apurar possíveis desvios de conduta ética, incluindo a divulgação de títulos que a médica não possui. A investigação está em andamento, e o g1 tenta contato com a defesa de Carolina. A Polícia Civil de Pato Branco, onde a médica atua, está conduzindo uma investigação sobre os laudos falsos.
O caso ganhou notoriedade após dois pacientes, que se conheciam, perceberam que a médica não transmitiu os laudos que indicavam câncer de pele. Uma das pacientes examinadas no laboratório para exigir o exame e descobriu a fraude, iniciando as denúncias. Um médico examinou manchas e manchas, alegando que poderiam ser cancerígenas, e apresentou laudos aparentemente falsos.
Em 23 de fevereiro, a Polícia Civil realizou mandatos de busca e apreensão na residência da médica, onde foram encontrados celulares, computadores e diversos laudos. Esses materiais foram enviados ao Instituto de Criminalística para comprovar a falsificação. Se a fraude for confirmada, Carolina poderá responder por crimes como estelionato e lesões corporais, com penas que podem chegar a seis anos de prisão.
A censura pública aplicada pelo CRM-PR baseia-se no artigo V do decreto de lei número 4.113, que proíbe médicos de informar especialidades não reconhecidas pelo ensino médico ou não sancionadas por sociedades médicas. A médica foi acusada de desobedecer resoluções dos Conselhos Regionais de Medicina e anunciar títulos científicos que não pode comprovar.
O caso de Carolina Fernandes Biscaia levanta preocupações sobre a ética na prática médica e a importância de verificar as credenciais dos profissionais de saúde. A investigação continua, e o estágio poderá trazer consequências significativas para os médicos e seus pacientes.