Três grandes grupos de redes de farmácias lideram o mercado no Brasil. É o que mostra o recente estudo da CVA Solutions. O trabalho mostra que, quando analisada a participação de mercado de consumidores principais nas farmácias brasileiras, há três grupos de redes de farmácias que concentram cerca de 40% dos consumidores principais. São eles Grupo RD (Raia e Drogasil) com 28%, Grupo Pague Menos (Pague Menos e Extrafarma) com 11% e o Grupo DPSP (Pacheco e São Paulo) com 11%. No corte regional, estes grupos dividem espaço com outras bandeiras regionais, como Ultra Popular e Santo Remédio na região Norte, Globo e Redepharma no Nordeste, Santa Marta e Ultra Popular no Centro Oeste, Ultrafarma e Araújo no Sudeste, Grupo Latino-Americano (Catarinense e Preço Popular), Panvel, Farmácias São João e Nissei na região Sul.
Atributos como proximidade x conveniência, preços atraentes, variedade do mix de produtos e medicamentos, fácil acesso, atendimento diferenciado e promoções demonstram fazer diferença na escolha de estabelecimento preferido. Nesses aspectos, as farmácias de bairro perdem muito espaço, uma vez que têm menor poder de negociação, elas acabam por trabalharem com menor variedade de itens no geral e têm menor capacidade de competir em preço e variedade. O Brasil tem hoje cerca de 90 mil farmácias. Em cinco anos, entre 2019 e 2023, o varejo farmacêutico teve 58% de crescimento no faturamento, saltando de R$126 bilhões para R$199 bilhões no ano. Isso indica uma média de 11,8% de crescimento anual em faturamento no período.
As grandes redes de farmácias muito têm contribuído para esse salto, com avanços relevantes acima da média do mercado. A favor delas, temos a distribuição territorial e a capacidade de melhor atingir o consumidor com marketing e serviços farmacêuticos. É natural que elas também se consolidem como as que têm maior presença junto ao consumidor – tanto física quanto na lembrança (Força da Marca).
A partir de uma ampla pesquisa online, a consultoria mapeou os principais eixos de negócios, marketing e serviços junto a 5.242 pessoas em todo país, abrangendo todas as faixas de renda e de idade, em todos os estados brasileiros. A apuração inclui as principais marcas: A Nossa Drogaria, Droga Clara, Droga Farma, Drogal, Araújo, Globo, Redepharma, Pague Menos, Carrefour, Catarinense, Coop, Extrafarma, Pacheco, São Paulo, Santa Marta, Ultrafarma, Venâncio, Drograsil, Droga Raia, Panvel, São João, Tamoio, Nissei, Preço Popular,Ultra Popular, Santo Remédio, Indiana e outras.
Valor Percebido, NPS e Força da Marca
O Valor Percebido mede o custo-benefício percebido pelos clientes. Para os 5.242 entrevistados, Benefícios pesa 35% na percepção de Valor – com destaques para Reputação/Fama (31%), seguidos de qualidade de atendimento (12%), ambiente confortável (10%), horário de funcionamento (10%) e qualidade dos produtos à venda (8%). Já os Custos pesam 65% na percepção de Valor – com destaque para promoções (36%), preços dos medicamentos (28%), facilidade de pagamento/parcelamento (18%) e preço de higiene e beleza (18%). “As pessoas querem pagar o justo, com a melhor composição custo x benefício e sabem valorizar o conforto e praticidade. Aceitam pagar um pouco mais se não precisarem enfrentar filas enormes, se são bem atendidas no ponto-de-venda e se encontram ampla variedade de produtos e com as marcas preferidas em um só lugar”, explica Sandro Cimatti, CEO da CVA Solutions.
O Valor Percebido unido à métrica do NPS (índice de recomendação da marca) medem a Jornada do Cliente na Farmácia. Satisfeito, o consumidor recomenda para outras pessoas e passa a reverberar a marca em seu networking.
No Valor Percebido, temos a liderança da Redepharma, seguida por Pacheco, Ultrafarma, Araújo e Ultra Popular.
No NPS, a Drogaria Venâncio lidera com 82%, seguida por São João com 78%, seguida por Farmácia Permanente, A Nossa Drogaria e Drogaria Araújo.
A Força da Marca reflete a capacidade da marca ser conhecida, lembrada e atrair clientes. O ranking de Força da Marca tem na liderança a Drogasil, seguida por Raia, Pague Menos, São Paulo, Ultrafarma e Pacheco.
Categoria Destino
A pesquisa também aprofundou o entendimento de quais categorias mais influem na escolha da farmácia (categoria destino). As principais categorias destino são: medicamentos de marca (36%), medicamentos genéricos (25%), produtos de higiene e beleza (12%) e medicamentos isentos de prescrição (12%). Entre os consumidores, 88,9% costumam comprar medicamentos genéricos. Também pode se observar quais farmácias são mais competitivas em preços.
As compras online seguem conquistando parcela da população. Mais de 30% já tem o hábito de comprar medicamentos via aplicativos e serviços online; outros 69,7% ainda resistem e preferem ir à farmácia presencialmente.
Farmácias e a vocação para prevenção
As farmácias têm potencial para se transformar em um hub de saúde e liderar a atenção primária e prevenção no país. A boa disposição dos brasileiros com a digitalização e a facilidade de acesso às farmácias favorecem o desenvolvimento de serviços de atenção primária e prevenção de doenças com boa qualidade e baixo custo.
As principais redes de farmácias têm a possibilidade futura de implementar a gestão digital da saúde dos usuários (apenas 31% dos usuários fazem gestão da sua saúde), oferecer uma plataforma com o histórico digital de exames dos usuários (apenas 23% dos usuários possuem histórico digital de exames), coordenar o acesso à telemedicina (apena 15% dos usuários acessou telemedicina nos últimos 12 meses), aumentar o uso do médico de família (apenas 28% têm o serviço). O estudo da CVA Solutions demonstra que os consumidores que utilizam os serviços de saúde na farmácia, percebem maior valor na farmácia e são mais fiéis.