Caracterizada pelo desgaste das cartilagens que revestem as extremidades ósseas, a artrose é uma doença degenerativa e incapacitante, cujo único tratamento efetivo, em níveis avançados, é a cirurgia de substituição da articulação por próteses ortopédicas. Também conhecido como artroplastia, esse tipo de procedimento evoluiu consideravelmente nos últimos anos, principalmente com a chegada de robôs ortopédicos.
André Grativol, General Manager da Zimmer Biomet no Brasil, empresa em saúde musculoesquelética, lembra como esses procedimentos aconteciam antes da chegada da robótica e destaca a evolução no segmento, principalmente em termos de precisão e personalização dessas intervenções.
“As cirurgias de joelho e quadril, há alguns anos, eram vistas como procedimentos bastante invasivos, com incisões extensas e forte dor pós-operatória. À medida que as próteses foram evoluindo, médicos e pacientes passaram a ser beneficiados por essas soluções, mas sem dúvida, o ponto alto foi o advento da robótica, considerado um verdadeiro divisor de águas no universo das artroplastias. Com o apoio dos robôs, os cirurgiões conseguem ser mais precisos nos cortes ósseos e preservar os tecidos que revestem as articulações e gerar menos traumas aos pacientes”, comenta o executivo.
Como é a cirurgia de joelho e quadril com robôs
Diferentemente do que algumas pessoas possam pensar, nas artroplastias robóticas de joelho e quadril os robôs não operam sozinhos, ou seja, os procedimentos continuam sendo feitos por médicos ortopedistas especialistas, que contam agora com a precisão e personalização fornecidas pelo apoio dessas plataformas.
De acordo com Grativol, as novas plataformas robóticas para as cirurgias de joelho e quadril foram desenvolvidas para atuar de maneira centrada no cirurgião, auxiliando nas artroplastias, para procedimentos minimamente invasivos e com maior facilidade no encaixe e posicionamento dos implantes.
“Os robôs contam com uma tecnologia integrada que capta todos os dados anatômicos do paciente e alinha as informações e imagens pré-operatórias, com a análise em tempo real, durante o ato cirúrgico. É possível criar um plano de abordagem personalizado, fazer ajustes finos sobre os cortes ósseos e encaixar a prótese com bastante precisão, se compararmos com a cirurgia convencional”, destaca o executivo.
Como funcionam os robôs
Sistemas robóticos para a artroplastia têm a flexibilidade em serem ou não baseados em imagens – fornecem dados pré e intra-operatórios e em tempo real da articulação. A plataforma é composta por uma tecnologia que integra um braço robótico a softwares avançados, trazendo maior precisão e personalização à cirurgia.
Tais funcionalidades facilitam a exatidão dos cortes ósseos, a análise de amplitude de movimento no ato cirúrgico e a melhor combinação de implantes para cada paciente. Nas cirurgias de quadril, por exemplo, Grativol explica que a técnica cirúrgica compatível normalmente com a plataforma robótica é por via anterior, procedimento em que não é necessário realizar nenhum corte em músculo ou tendão.
“Com essa técnica, os músculos são apenas afastados um do outro, promovendo um pós-operatório menos doloroso e com menos fraqueza muscular, sendo mais rápido e mais confortável para o paciente”, conclui o executivo da Zimmer Biomet.