Jovens são os que mais se internam por saúde mental e os que menos procuram ajuda, aponta Fiocruz

Yevgeny Mikhailovich
Yevgeny Mikhailovich Brasil
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Um estudo recente da Fiocruz revela que os jovens são o grupo que mais apresenta internações relacionadas à saúde mental, mas, ao mesmo tempo, são os que menos buscam ajuda profissional. Essa disparidade preocupa especialistas, já que a falta de acompanhamento precoce aumenta o risco de complicações e crises graves, incluindo ideação suicida. A pesquisa destaca a necessidade de políticas públicas que facilitem o acesso a serviços de apoio e acompanhamento psicológico para essa faixa etária.

Segundo os dados da Fiocruz, determinados grupos, como jovens indígenas, apresentam ainda maior vulnerabilidade, com taxas de risco de suicídio mais elevadas. Fatores sociais, culturais e econômicos influenciam diretamente a forma como esses indivíduos lidam com questões emocionais e psicológicas, tornando essencial a criação de estratégias de prevenção e cuidado adaptadas às realidades locais. O estudo reforça a importância de atenção específica para populações mais fragilizadas.

O levantamento também aponta que muitos jovens não reconhecem os sinais de alerta de problemas mentais ou sentem vergonha de procurar ajuda. Barreiras como estigma, preconceito e falta de informação contribuem para que os sintomas sejam ignorados até que surjam situações graves. Essa tendência evidencia a necessidade de campanhas de conscientização que incentivem a busca por apoio psicológico e promovam a compreensão sobre saúde mental.

Profissionais da área ressaltam que intervenções precoces podem reduzir significativamente o número de internações e melhorar a qualidade de vida dos jovens. A identificação de sinais de sofrimento emocional e a disponibilização de suporte adequado ajudam a prevenir crises mais intensas. Além disso, a integração entre escolas, famílias e serviços de saúde é fundamental para criar uma rede de apoio que esteja presente antes que a situação se agrave.

A pesquisa da Fiocruz também enfatiza que a pandemia intensificou problemas de saúde mental entre jovens, aumentando sintomas de ansiedade, depressão e estresse. O isolamento social, mudanças na rotina e incertezas sobre o futuro contribuíram para agravar o quadro, tornando ainda mais urgente a implementação de políticas públicas eficazes. A atenção a essa população é essencial para reduzir consequências de longo prazo.

Programas de acolhimento e plataformas digitais de apoio podem ser aliados importantes para atingir jovens que têm dificuldade de buscar atendimento presencial. Ferramentas online oferecem orientação, triagem inicial e encaminhamentos, promovendo acessibilidade e sigilo. Essas soluções inovadoras complementam a atuação tradicional de serviços de saúde, alcançando quem, muitas vezes, não procura ajuda por medo ou desinformação.

A pesquisa da Fiocruz também aponta para a necessidade de formação especializada de profissionais de saúde para lidar com questões específicas da juventude. Abordagens sensíveis, empáticas e culturalmente adequadas aumentam a eficácia do atendimento e ajudam a criar um ambiente seguro para a expressão de sentimentos. Investir em capacitação é fundamental para melhorar a resposta do sistema de saúde às demandas emocionais desse grupo.

Os resultados do estudo reforçam a urgência de ações integradas que envolvam governo, sociedade civil, escolas e famílias na promoção da saúde mental entre jovens. A prevenção, o acesso a cuidados e a redução do estigma são pilares essenciais para enfrentar essa realidade. Garantir que os jovens possam receber apoio de forma segura e eficaz é uma prioridade para reduzir internações e preservar vidas, mostrando que atenção à saúde mental é responsabilidade coletiva.

Autor : Yevgeny Mikhailovich

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