A cultura organizacional exerce papel determinante na forma como os colaboradores se comportam diante das normas de segurança. Conforme apresenta Ricardo Chimirri Candia, engenheiro concursado desde 1990, compreender os valores, hábitos e percepções presentes no ambiente corporativo é essencial para promover práticas eficazes de prevenção de acidentes. A segurança do trabalho não depende apenas de normas técnicas, mas da forma como essas diretrizes são incorporadas ao cotidiano da empresa.
Empresas com culturas fortes e bem definidas tendem a apresentar menores índices de acidentes, pois desenvolvem um senso coletivo de responsabilidade. Quando os valores organizacionais priorizam o bem-estar humano e a integridade física, cria-se um ambiente propício para atitudes seguras e proativas por parte dos colaboradores. Veja mais a seguir:
Cultura organizacional e comportamento coletivo na segurança do trabalho
A cultura organizacional pode ser entendida como o conjunto de valores, crenças, normas e práticas compartilhadas pelos membros de uma organização. Esses elementos orientam o comportamento coletivo e moldam a forma como os indivíduos percebem e respondem a situações relacionadas à segurança. De acordo com o engenheiro Ricardo Chimirri Candia, quando a segurança é integrada aos pilares culturais da empresa, ela deixa de ser uma exigência formal e passa a ser um compromisso coletivo.
Nesse contexto, o comportamento dos colaboradores é influenciado tanto por normas explícitas quanto por práticas informais. Se há incentivo à comunicação aberta sobre riscos e incidentes, cria-se uma rede de confiança que favorece a prevenção. Por outro lado, ambientes onde predomina a negligência ou a banalização de acidentes tendem a perpetuar comportamentos inseguros.
Valores e hábitos como promotores da segurança
Os valores cultivados pela empresa têm impacto direto sobre a postura dos trabalhadores em relação à segurança. Organizações que valorizam a vida, o respeito e a responsabilidade incentivam seus colaboradores a adotarem hábitos seguros. Segundo Ricardo Chimirri Candia, essas práticas se traduzem em comportamentos rotineiros, como o uso adequado de equipamentos de proteção, o cumprimento de normas e a identificação proativa de riscos.

Hábitos organizacionais também se refletem na liderança. Gestores que lideram pelo exemplo, demonstrando comprometimento com a segurança, influenciam positivamente suas equipes. A repetição contínua de condutas seguras, reforçada por reconhecimento e feedback, fortalece uma cultura voltada à prevenção e ao cuidado coletivo. Além disso, treinamentos periódicos e ações educativas contribuem para consolidar esses hábitos. A educação continuada gera engajamento.
Percepções individuais e coletivas sobre riscos
A forma como os riscos são percebidos dentro da organização é resultado direto da cultura vigente. Quando há consciência coletiva sobre a gravidade das consequências de um acidente, a tendência é que os trabalhadores ajam com maior cautela. Como demonstra Ricardo Chimirri Candia, engenheiro há 40 anos, essa percepção é moldada ao longo do tempo, por meio de experiências práticas, campanhas educativas e exemplos de liderança.
Por outro lado, em contextos onde a percepção de risco é minimizada ou ignorada, os comportamentos tendem a ser mais permissivos. Esse fenômeno pode ocorrer, por exemplo, em empresas que valorizam mais a produtividade do que a segurança, gerando uma cultura de pressa e improviso. Nesses casos, é comum que colaboradores deixem de seguir protocolos básicos para “ganhar tempo”, o que aumenta significativamente o risco de acidentes.
Em suma, a influência da cultura organizacional na segurança do trabalho é profunda e abrangente. Valores, hábitos e percepções moldam a forma como os indivíduos se relacionam com os riscos e com as normas de prevenção. Como indica o engenheiro Ricardo Chimirri Candia, investir na construção de uma cultura sólida e comprometida com a segurança é uma estratégia eficaz e sustentável. Trata-se de um processo contínuo, que exige envolvimento da liderança, participação dos colaboradores e práticas coerentes.
Autor: Yevgeny Mikhailovich